Ele aparece.
De asas quebradas... penas amassadas...
Respirando seus sonhos com dificuldade.
Um pássaro frágil que não sabe o tamanho de sua grandeza.
Ela, a cuidadora de asas, o segura em suas mãos.
Ele não sabe o que o espera, mas sente correr em suas pequenas
veias o medo lhe invadir, antecedendo a dor de ter suas asas tocadas.
O mesmo medo que lhe causou suas chagas, o impede de ser
cuidado.
E ela o segura em suas mãos. E só.
Sua experiência de tantas asas quebradas a deixou sensível aos vários medos.
Sua experiência de tantas asas quebradas a deixou sensível aos vários medos.
Menos os dela: escondidos em um porão escuro, ela os deixa
amarelando, acumulando pó e velhas teias.
Ela o segura, mas não o toca de imediato.
Tendo-o em suas mãos, ela oferece carinho, acolhida, colo. Deixando
que o tempo e as horas o tornem seguro do que esta por vir.
Ele sente o conforto de ser cuidado.
Ele permite ser tocado.
Ela o toca.
Ele permite ser tocado.
Ela o toca.
Os dias passam: O
cuidado, as palavras e o toque da cuidadora de asas já não o assustam mais.
Ele abre as asas.
Mostra sua grandeza, força e beleza.
E avisa que em breve esta curado e pronto pra sentir o vento entre suas lindas penas.
Mostra sua grandeza, força e beleza.
E avisa que em breve esta curado e pronto pra sentir o vento entre suas lindas penas.
Ela o entende em silencio.
E entre as lágrimas que brotam em seu rosto relembra sua sina: acolher, curar e deixar ir.
Pássaros não foram feitos pra gaiolas.
E entre as lágrimas que brotam em seu rosto relembra sua sina: acolher, curar e deixar ir.
Pássaros não foram feitos pra gaiolas.