12.7.12

(des)Culpas

Mantinham-se abraçados. Envoltos em toda a saudade e sentimentos.
No abraço, os corpos unidos: Em contato quente e real.
Porém, mesmo enlaçados , permaneciam distantes.
Abraçados, seus corpos falavam.
A cena se formava, mas ninguém ali queria enxergar o beijo que ali era ensaiado.

Sua barba serrada roçava o rosto alvo dela delicadamente.
O perfume inebriante flutuava brincando pelo ar.
Os olhos dançavam confusos, evitando encontrar-se.

Ele ansiava. Ela queria.
Eles não podiam.
Não deviam.
Mas sucumbiram ao desejo, e renderam-se a doce união dos lábios.

Simples.
Intenso.
Quente.
Dos segundos de céu, vieram os minutos de inferno.
E a realidade bate-lhes a face com delicada luva branca.
E diante de toda culpa e desejo, a única coisa que lhes restara:
Separam os lábios.
Abandonaram os abraços.
Desviaram-se os olhos...
...Cada qual seguiu um rumo cego... sem jamais olhar para trás.